Memórias de papel (1)
(A propósito da leitura do livro "A Terceira Rosa")
Há mais de um ano que acordo
Banhado no suor do meu corpo,
Respirando depressa e gritando
Vendo o teu rosto e o teu corpo morto
Lembro o teu sorriso mal acordo.
Não acredito, grito e choro.
Telefone-te em seguida, outra vez,
Tu dizes amo-te. Eu acredito e coro.
Todo o dia lembro a tua morte no sono
E vivo agitado, e depois telefono
E tu acalmas a minha paranóia
Com um sereno beijo electrónico
À noite, na cama, lembro-te de novo
E rezo para não mais ver o teu corpo
Inerte, gelado e sorridente
Durante o meu sono absurdo de vidente.
Quando escrevi isto ainda não tinha lido o livro de M. Alegre. O sentimento era então mais forte mas a escrita mais frágil. Mas ainda assim, penso que vale como uma bonita imagem do fim da minha inocência e da descoberta da morte*.
* Morte figurativa, mas nem por isso menos dramática.
Há mais de um ano que acordo
Banhado no suor do meu corpo,
Respirando depressa e gritando
Vendo o teu rosto e o teu corpo morto
Lembro o teu sorriso mal acordo.
Não acredito, grito e choro.
Telefone-te em seguida, outra vez,
Tu dizes amo-te. Eu acredito e coro.
Todo o dia lembro a tua morte no sono
E vivo agitado, e depois telefono
E tu acalmas a minha paranóia
Com um sereno beijo electrónico
À noite, na cama, lembro-te de novo
E rezo para não mais ver o teu corpo
Inerte, gelado e sorridente
Durante o meu sono absurdo de vidente.
Quando escrevi isto ainda não tinha lido o livro de M. Alegre. O sentimento era então mais forte mas a escrita mais frágil. Mas ainda assim, penso que vale como uma bonita imagem do fim da minha inocência e da descoberta da morte*.
* Morte figurativa, mas nem por isso menos dramática.