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quinta-feira, janeiro 08, 2004

Memórias de papel (6)
A multidão em fúria fende as lágrimas de Sara
(muralha que rodeava a cidade).
Criadas são acreditadas em embaixadas ambulantes.
Finas penas escrevem a história.
Acredita-se na ressurreição dos mortos.
Multidões em fúria, audazes, avançam sobre nós.
Gente feia e bárbara.
Meus antepassados de malogradas luas.
O imperador sonha com tardes de verão oriental.
Surge um vulto. Conspiração.
Hordas de gente irrompem pelo palácio
e uma cruz é quebrada para sempre.
Milhões de mortos. Modernidade. Ilusão.
Quase afirmando amor em línguas diversas.

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