Primeiro balanço de uma guerra
Bem sei que fazer o balanço de um acontecimento enquanto ele decorre é uma tarefa arriscada, por outro lado só o acompanhamento permanente de qualquer projecto nos pode ajudar a encontrar soluções para as suas falhas. Assim, e aproveitando a semana em que G. W. Bush começou a delinear uma estratégia para se livrar desta guerra antes das eleições, decidi fazer um balanço da segunda guerra do Iraque.
A guerra, como qualquer outro projecto, tem por fim a prossecução de determinados objectivos, e a sua avaliação só pode ser feita comparando esses objectivos iniciais com os resultados alcançados. Comecemos então pelos objectivos iniciais (não pretendo entrar em polémicas sobre quais as prioridades do governo americano, por isso vou listar todos os objectivos sem qualquer ordem especial).
Objectivos
1.Derrube do governo hostil de Saddam Hussein;
2.Prosseguir a luta anti-terrorista através da ameaça militar sobre os próprios agentes terroristas e sobre qualquer governo que os possa ajudar;
3.Incutir medo de outros ataques em outros países com lideranças hostis aos EUA (sejam países da área ou não e estando ligados ao terrorismo ou não);
4.Tornar o Iraque um país seguro e pró-americano, para ser usado como trampolim para a estabilização de toda a região (incluindo o conflito entre Israel e a Palestina;
5.Encontrar e destruir armas de destruição maciça;
6.O controlo de algumas das mais importantes jazidas de petróleo do mundo.
Análise da concretização dos objectivos
1.Alcançado em 100% – Saddam Hussein foi retirado do governo com sucesso.
2.Alcançado em 30% - A imagem de força e determinação do EUA contra o terrorismo internacional são uma mais-valia nesta luta, por outro lado, os vários fracassos (a fuga de S. Hussein, a violência no Iraque no pós-guerra) têm o efeito de dar uma situação de segurança (real ou não) aos terroristas e aos estados que os suportam. Por outro lado qualquer intervenção militar dos EUA na área pode servir de a propaganda anti-ocidental desses grupos.
3.Alcançado em 40% - Também neste caso a intervenção teve um efeito dissuasor ainda que tudo que se seguiu e que ainda decorre possa aumentar a segurança dos grupos e governos anti-americanos.
4.Alcançado em 0% - Não há qualquer motivo para pensar que o Iraque possa ser nos próximos tempos um país pró-americano. O contrário estará mais perto da verdade.
5.Alcançado em 0% - Não havia armas de destruição maciça no Iraque.
6.Alcançado em 80% - Quer o controlo do petróleo iraquiano, quer das obras de reconstrução serão um sucesso no curto prazo. Acontece que tal situação poderá aumentar as probabilidades do ressurgir de um governo anti-americano e a perda desse controlo.
Nota: Maior parte do sentimento de ódio entre países foi ao longo da história provocado por “humilhações” decorridas no pós-guerra.
Resultado global
1.Na defesa de interesse de curto prazo, quer políticos (derrube de Saddam) quer económicos os EUA foram bem sucedidos. A excepção é a questão das armas de destruição massiva.
2.Quanto ao médio e longo prazo (luta contra o terrorismo, pacificação da região) esta guerra foi e continua a ser um desastre.
3.A conclusão só pode ser uma: No geral a guerra foi um projecto falhado, uma vez que é incapaz de suster os seus objectivos de médio e longo prazo.
A guerra, como qualquer outro projecto, tem por fim a prossecução de determinados objectivos, e a sua avaliação só pode ser feita comparando esses objectivos iniciais com os resultados alcançados. Comecemos então pelos objectivos iniciais (não pretendo entrar em polémicas sobre quais as prioridades do governo americano, por isso vou listar todos os objectivos sem qualquer ordem especial).
Objectivos
1.Derrube do governo hostil de Saddam Hussein;
2.Prosseguir a luta anti-terrorista através da ameaça militar sobre os próprios agentes terroristas e sobre qualquer governo que os possa ajudar;
3.Incutir medo de outros ataques em outros países com lideranças hostis aos EUA (sejam países da área ou não e estando ligados ao terrorismo ou não);
4.Tornar o Iraque um país seguro e pró-americano, para ser usado como trampolim para a estabilização de toda a região (incluindo o conflito entre Israel e a Palestina;
5.Encontrar e destruir armas de destruição maciça;
6.O controlo de algumas das mais importantes jazidas de petróleo do mundo.
Análise da concretização dos objectivos
1.Alcançado em 100% – Saddam Hussein foi retirado do governo com sucesso.
2.Alcançado em 30% - A imagem de força e determinação do EUA contra o terrorismo internacional são uma mais-valia nesta luta, por outro lado, os vários fracassos (a fuga de S. Hussein, a violência no Iraque no pós-guerra) têm o efeito de dar uma situação de segurança (real ou não) aos terroristas e aos estados que os suportam. Por outro lado qualquer intervenção militar dos EUA na área pode servir de a propaganda anti-ocidental desses grupos.
3.Alcançado em 40% - Também neste caso a intervenção teve um efeito dissuasor ainda que tudo que se seguiu e que ainda decorre possa aumentar a segurança dos grupos e governos anti-americanos.
4.Alcançado em 0% - Não há qualquer motivo para pensar que o Iraque possa ser nos próximos tempos um país pró-americano. O contrário estará mais perto da verdade.
5.Alcançado em 0% - Não havia armas de destruição maciça no Iraque.
6.Alcançado em 80% - Quer o controlo do petróleo iraquiano, quer das obras de reconstrução serão um sucesso no curto prazo. Acontece que tal situação poderá aumentar as probabilidades do ressurgir de um governo anti-americano e a perda desse controlo.
Nota: Maior parte do sentimento de ódio entre países foi ao longo da história provocado por “humilhações” decorridas no pós-guerra.
Resultado global
1.Na defesa de interesse de curto prazo, quer políticos (derrube de Saddam) quer económicos os EUA foram bem sucedidos. A excepção é a questão das armas de destruição massiva.
2.Quanto ao médio e longo prazo (luta contra o terrorismo, pacificação da região) esta guerra foi e continua a ser um desastre.
3.A conclusão só pode ser uma: No geral a guerra foi um projecto falhado, uma vez que é incapaz de suster os seus objectivos de médio e longo prazo.