Memórias de papel (2)
Tenho a cidade dentro de mim. Percorro-me pelas ruas estreitas e vielas, e não encontro senão dor e sofrimento. Todo o meu corpo se insinua num movimento único, mas difuso. Como a cidade, eu sou tanto um corpo que se move em uníssono como um milhão de seres que divergem nas suas arrelias. Possuo dentro de mim o pulsar constante da alucinação, apetece-me dizer como Herberto Hélder: “Se eu quisesse, enlouquecia.”
Ainda assim, disponho dos movimentos que me são permitidos pela demência em que existo, e tento fugir escrevendo, ou escrever a fugir.
Sinto, de forma desconexa dentro de mim, que a morte é chegada e que nada há de mim para contar. Tenho pena, mas nada faço para além de nada fazer. Sou assim. Um lento suicídio sem fim. Uma imagem e algumas palavras que me envolvem numa doçura que julgara já perdida. É só isto. Parto sem nada ter sido.
Tenho a cidade dentro de mim. Percorro-me pelas ruas estreitas e vielas, e não encontro senão dor e sofrimento. Todo o meu corpo se insinua num movimento único, mas difuso. Como a cidade, eu sou tanto um corpo que se move em uníssono como um milhão de seres que divergem nas suas arrelias. Possuo dentro de mim o pulsar constante da alucinação, apetece-me dizer como Herberto Hélder: “Se eu quisesse, enlouquecia.”
Ainda assim, disponho dos movimentos que me são permitidos pela demência em que existo, e tento fugir escrevendo, ou escrever a fugir.
Sinto, de forma desconexa dentro de mim, que a morte é chegada e que nada há de mim para contar. Tenho pena, mas nada faço para além de nada fazer. Sou assim. Um lento suicídio sem fim. Uma imagem e algumas palavras que me envolvem numa doçura que julgara já perdida. É só isto. Parto sem nada ter sido.
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