sublinhar

sábado, março 27, 2004

28. [Diário...]

Não consinto que me coloques numa prateleira do passado, que me guardes numa prateleira poeirenta e que me revejas apenas quando uma saudade qualquer se acerque de ti. Não consinto que qualquer motivo te impeça de me chamar quando a tristeza invadir o mundo que tanto preservas.
Sabes o que penso? Que não podemos ser politicamente correctos quanto a isto. Não nós. Não podemos agir como toda a gente e esperar esquecer, ou querer esquecer até.
Fui feliz contigo, tu também foste feliz comigo, sei que não tanto mas foste. Aquilo que partilhamos, aquilo que verdadeiramente partilhamos, ao longe, mas de uma força inquebrantável, não pode ser agora só memória. Onde isso nos deixaria?
Não penses que eu quero que me ames. Quero que sejas feliz, quero que continues a procurar a pessoa que te fará mesmo feliz, quero que encontres essa pessoa. É isso que quero. Mas também quero saber que se um dia te perderes nos labirintos da tua tristeza vais chamar por mim. Mas chamar mesmo, falar comigo.
Quero que saibas que eu não suporto a tua tristeza.

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