30. [Diário...]
Queria ser directo, e explicar-te tudo o que sinto, mas não consigo. Perdi as palavras, confundo-me na sua sabedoria, e esqueço-me de mim durante o processo de escrever. Mesmo agora, em que não escrevo nada para além do que sinto neste momento, tudo me parece insuficiente. Queria dizer-te, já te disse, repito, que não posso esquecer-te assim. Talvez fosse mais fácil inventar-te defeitos, inventar um ódio por ti, mas não te encontro defeitos relevantes nem te odeio. Antes te lembro, sem mágoa, ou com um pouco de mágoa diluída na beleza de tu existires. Sim, porque tu existires é por si só um acto belo, uma verdadeira proeza da criação, da natureza. Tu existires como és, como eu amei (amo ainda, tu sabes isso) é uma conquista da alegria sobre a tristeza. Ou uma conquista da minha alegria sobre a minha tristeza.
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