sublinhar

quinta-feira, fevereiro 03, 2005

Vamos fingir: a liberdade

um dia gostava de ser livre
para foder
o rapaz da pastelaria
em cima do balcão.
havia de ser livre, então.
porque a liberdade
tem assim,
algo de esperma
e confusão.
ou não?


o texto, este, devia começar assim: tenho medo. aviso que seria ironia, mas certamente ninguém saberia. o medo não seria metáfora. nem sei o que é isso: o medo metáfora. seria real. a ironia estaria em existir. percebo que não o façam. nem sempre o que temos para escrever se coaduna com a leitura. desculpem, não percam mais tempo.
gosto da palavra “talvez”. apaixonadamente. Ela é toda a ciência que tenho. experimentem ler cada sílaba, será mais fácil. porque é assim que eu escrevo, hoje. a-ssim, len-ta-men-te.
o que queria dizer, mas desde já digo que não o faço, era uma coisa sobre a liberdade. como na frase: “gostava de ser livre para foder o rapaz da pastelaria em cima do balcão”. chiu….falem baixinho. é, seria ironia, outra vez. mas com tanta violência verbal, ironia? pois.
regressando ao frio do raciocínio: estarei a dizer precisamente isso?


[ou implicitamente digo: acabam de o pensar, eis a ironia.]


[o que se escreve neste post ameaça permanecer guardado algures no lugar nenhum, vazio, em lugar da tempestade metafórica e na persistentemente resignada sensibilidade pós-moderna, assim mesmo: com pontuação breve, sem explicação e cumprindo uma promessa feita a um amigo que morreu, solidariamente, antes de escrever]

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