sublinhar

domingo, setembro 21, 2003

Dois apontamentos

Nos nossos dias, um dos maiores perigos para a democracia representativa é a falta de credibilidade dos políticos junto da opinião pública. Este é um fenómeno que tem larga tradição mas, parece-me, ganhou nova dimensão com o mediatismo e a demagogia em que assenta todo (ou quase todo) o discurso político da actualidade.
É por isso que não compreendo a reacção (ou melhor, a inacção) dos partidos políticos em casos em que actuações individuais contribuem para esse descrédito. Seja no caso das viagens de trabalho a Sevilha, seja no mais recente caso da doente deputada Maria Elisa, os partidos políticos são incapazes de reagir com a firmeza que os actuais índices de abstencionismo e desinteresse da população exigem, permitindo, que por sua omissão, o mau comportamento de alguns leve ao aumento do descrédito por toda a classe política.

Em Portugal, todos os intervenientes do sistema judicial, desde os juízes aos funcionários judiciais passando pelos advogados e pelo MP, tem como norma agir e pensar de forma corporativista. Felizmente nem todos seguem esta lógica e entre essas excepções está o Juiz – Desembargador Eurico Reis (as suas crónicas na Visão e as suas intervenções na SIC – Noticias são obrigatórias)