sublinhar

domingo, novembro 16, 2003

Apologia do silêncio

Durante todo o dia corres agitada e rodeada pelos sons constantes das inúmeras máquinas que te cercam. E aproveitas esse caos para te esconderes de ti própria, para que a tua vida não chame pelo teu nome. Mas eles chamam, gritam para que vás com eles, e logo corres selvagem para o ruído. E se o silêncio se aproxima, tu agitas-te e ligas o rádio, ou a tv, ou os dois. Envolves-te no ruído e impedes-te de chorar. E quando nem a agitação te livra de ti corres a beber. Procuras a diversão da mesma forma que procuras o trabalho: com uma determinação cega, voraz.
É a ti que digo: - Pára. Olha à tua volta e vê. Envolve-te em silêncio e pensa. Procura-te dentro de ti e descobre-te.