sublinhar

sábado, dezembro 20, 2003

Um post demasiado longo, talvez.

Por vezes a única coisa que nos resta fazer é escrevermos assim, sem reler nada do que ficou para trás, sem medo das palavras que podemos revelar ou ocultar. Por vezes o mais importante é não perder a oportunidade de usar as palavras grandes: AMO-TE; ou AMO-TE QUASE (o que é a mesma coisa, quase). Ou então, por vezes, só nos resta pedir, não ter medo de parecer ridículo por estar a pedir, a pedir assim pedindo: FALA COMIGO, NÃO TE CALES NUNCA.
Por vezes só nos resta nos entregarmos assim por inteiro, sem procurar encontrar subterfúgios para escapar ao que nos atrai. Por vezes só nos resta sermos nós. Assim, nus.
Resta a quem lê compreender o que está escrito, ou então não.
Por vezes só nos resta sermos assim, completamente nós, sermos ridículos por vontade absurda, imperiosa, de sermos. E, por vezes, só nos resta escrever assim sem olhar para trás, sem corrigir nada.
Por vezes, confesso, não é escrever que nos apetece, mas sim viver. Viver, viver, não escrever.
Por vezes, mas nem sempre, agora. Apetece-me segurar-te entre os meus braços, apetece-me beijar-te.
Por vezes, quase sempre, mas nem sempre. És só tu que me resta.

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