Uma luz vermelha e uma janela
Não me lembro quando foi a primeira vez que vi aquela janela. Um dia, por acaso, enquanto ia para o café onde vou todas as noites depois do jantar, olhei para a esquerda e ela estava lá. O que me chamou a atenção não foi a janela mas a luz vermelha da sala. A luz provém do candeeiro do tecto, que tem uma lâmpada vermelha. Durante algum tempo, quando ao passar me lembrava de olhar, conjecturei sobre o porquê daquela luz, a minha primeira e mais consistente hipótese é aquela que podem adivinhar. Depois desisti de pensar no assunto, e isso nem é importante. Tenho que confessar que sinto um certo conforto em saber que existe um facto inusitado (e com alguma permanência) no meu caminho quotidiano e vulgar. Hoje, olhei por acaso, e pela primeira vez vi alguém naquela sala, mais precisamente vi o vulto de uma mulher que estava debruçada sobre a janela, apesar do frio. Mais um facto que somo à galeria de factos sem–significado-algum que acarinho na memória apenas porque me é indispensável lembrar.
Não me lembro quando foi a primeira vez que vi aquela janela. Um dia, por acaso, enquanto ia para o café onde vou todas as noites depois do jantar, olhei para a esquerda e ela estava lá. O que me chamou a atenção não foi a janela mas a luz vermelha da sala. A luz provém do candeeiro do tecto, que tem uma lâmpada vermelha. Durante algum tempo, quando ao passar me lembrava de olhar, conjecturei sobre o porquê daquela luz, a minha primeira e mais consistente hipótese é aquela que podem adivinhar. Depois desisti de pensar no assunto, e isso nem é importante. Tenho que confessar que sinto um certo conforto em saber que existe um facto inusitado (e com alguma permanência) no meu caminho quotidiano e vulgar. Hoje, olhei por acaso, e pela primeira vez vi alguém naquela sala, mais precisamente vi o vulto de uma mulher que estava debruçada sobre a janela, apesar do frio. Mais um facto que somo à galeria de factos sem–significado-algum que acarinho na memória apenas porque me é indispensável lembrar.
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