Futuro
Uma palavra. Primeiro, uma palavra. Seguida de outra palavra. Há sempre outra palavra, seguidamente. Calado. Aposto neste silêncio. E digo. Construo. Artefactos. Pensativo, insisto em classificar este olhar. Um olhar interior que me julga. Eu a mim. Descubro-me, transitoriamente. Agora, neste momento, em que estou só, embora te sinta por perto, colada em mim, mas em que estou virado para dentro, obsessivo. Parado. Perscruto. Quem sou? Diz-me tu. Quem sou? Em que acredito? Eu sei. Sei as respostas a estas perguntas e a outras. Não espero que me digas, mas que me compreendas. E compreendes. Talvez sempre, talvez por vezes, a maioria, certamente. Mas tremo. Não metafisicamente, tremo fisicamente. Já não há espaço para emoções-metáfora. Tu, ainda que breve aparição, estás no centro da construção deste episódico mundo que quero criar. Transitório. Julgo que eterno também. Talvez transitório-eterno. Este mundo. Em que eu sou eu, sou em ti, e sou nós. Temos que nos habituar ao ritmo novo desta plêiade de seres que somos, agora. Multiplicamo-nos, e persiste em nós o medo de nos diminuirmos. Agora compreendo o quanto todos os momentos são breves. Porque agora, longe, tento afagar os teus cabelos, ressuscitar os teus beijos e não consigo. Consigo e não consigo, não sei. Estas palavras são apenas para me refrear a vontade de te ligar, e ouvir a tua voz, S-E-N-T-I-R--T-E. No fundo quero abrir espaço para toda a coragem. Quero criar todo o futuro possível-impossível-real. O nosso amanhã. Dos dois. Meu. Teu. Sei lá. Esqueço. Quero presentear-me de presente. Contigo. O presente-sempre. Eternamente.
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