sublinhar

sábado, abril 10, 2004

Leituras (4)

"Toda a vida me disseram:
Emília, tu não sabes nada.

Então não sei? Vocês é que me ignoravam. E isso dava-me coragem. Eu conhecia tudo de todos. Via a vossa vida inteira: corri por corredores e assomei às portas. Agora, estou aqui, sem saber para que lado me hei-de voltar. Qualquer um pode ser o de morrer."


"Emílida escreve: o papel de carta, de um verde granulado, enche-se de uma letra cuneiforme.

- não sei começar nem acabar uma carta. Escrevo entre duas fronteiras: o início que é um nome não pronunciado, e o fim que é a omissão de uma despedida. Só conheço a pobreza dos passos intermédios."
Rui Nunes - O grito

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