sublinhar

quarta-feira, abril 07, 2004

Cento e doze palavras

A
primeira
palavra
a
contar
do
fim
é:
“sempre”.
Pelo
meio
escrevo:
nunca; desejo; amor; interrogo; irremediável; demasiado.

As
frases
são
assim:
“uma irremediável dor que se sente, desencontrada, despojada, ilimitada”;
“haver alegria, que conheço, perdida no museu de fímbria cinzenta”.

Outra
duração:
“Criar espaços vazios, lugares utópicos, ilusões contraditórias, demasiado tempo desabitado procurando almas azuis no limite”;
“A imensidão da porta fechada, esperando que me convidem a entrar, subvertendo a ordem estabelecida das peças no tabuleiro-vida de xadrez.”


Durante
a
noite
eu
interrogo:
“que verdade inaceitável escondes do credo luminescente das flores?”.

E

um
silêncio
responde,
a tudo.

A verdade é que lentamente esqueço o significado da palavra.

Para sempre?

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