sublinhar

domingo, julho 11, 2004

Fugindo ao infinito

Por vezes também me apetece viver fechado numa concha e desistir. Nesses momentos digo: É um absurdo desejar ser feliz. Mas se acreditamos, e eu acredito, que a felicidade existe, se já vagamente lhe tocamos, se existimos alguma vez dentro dela e sentimos o seu caloroso abraço, é um quase sacrilégio dizer agora: Não existes.
Mas onde estás, se existes? Existes na forma de um pássaro, de um rio, de uma luz, uma tonalidade, um microscópico insecto, uma árvore, uma lágrima?
É absurdo pensar que a felicidade é um bairro suburbano, uma tarde de domingo, o som de umas crianças que brincam e riem lá fora, e uma mulher que dorme calmamente ao nosso lado?
Prefiro o absurdo de Isto, do que pensar noites a fios em mundos outros, longe de Isto, longe de tudo, quase como uma fuga ao infinito.

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