sublinhar

quinta-feira, julho 01, 2004

A propósito de nada:

Mas há a noite. O estar sozinho
E no entanto acompanhado – servo de um deus estranho
Cumprindo um ritual jamais completo

Mas há o sono. A lúcida surpresa
De um mundo imaterial e necessário
Com praias onde um corpo se desprende.

Mas há o medo. Há sobretudo o medo.
Fel, rancor, desconhecido apelo,
Suor nocturno, rápido suicídio.

Daniel Filipe, in "a invenção do amor e outros poemas"

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