sublinhar

segunda-feira, maio 10, 2004

Escrita automática (longe de casa)

Tinham-me dito que a morte era outra coisa, e que os espaços a que escapamos na lentidão perdida dos dias sós, se acrescentam, quase que por magia, a uma dourada fronteira inesperada, que surge apenas no dia após o último dia. Essas são tantas das coisas que me disseram, e que me fazem exagerar cada momento, para que nenhum silêncio se encafue na minha vida, para que nenhuma quebra me possua nunca. Quando morrer, quero estar morto toda a eternidade, não quero um último sopro como compensação dos dias não dias que esqueci vividos. Hoje, distante daquela para sempre divisória do mundo, escrevo vida mas vivo. Para lá das palavras encontro-me. Quase mais triste, quase sem saída, como um náufrago sem esperança, mas que continua a remar com os braços a caminho de nada em busca de nada, sonhando…sonhando sempre…sonhando muito.

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