sublinhar

segunda-feira, maio 03, 2004

Amanhã vs Hoje

Amanhã. Como se a esperança, o querer, nos entregasse mais que farrapos de um sonho qualquer. Amanhã. Esse outro dia que tarda em chegar, entrevisto na névoa mas, estranho facto, inacessível. Estas palavras, esse amanhã. E outras palavras, nunca hoje. Talvez percebas que o extinto dita as regras da fuga ao encontro. Quero dizer: nem todas as palavras são as palavras, existem algumas que são apenas fuga, medo, outra coisa qualquer, como indefinido. Apetece-me abarcar com o braço a distância que nos separa, mas esse braço encolhe-se. Não por ser incapaz de abarcar todas as distâncias mas porque, reflexo imediato da dor, ele se encolhe. Amanhã. Esse outro dia sonho de um dia. Quase recordação alargada ao futuro de nada. Amanhã. Hoje. Estes dias todos. Nem percebo quem. Amanhã, hoje. Como uma reza em que cresce a esperança. Amanhã-hoje. A voz que finalmente ecoa. Procura-a. Amanhã não, hoje. Sim, todos os dias hoje.

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