sublinhar

segunda-feira, maio 03, 2004

Tudo, ou apenas uma sombra do teu ser.

Os espaços dançam à minha volta ou sou eu que navego, sem coordenadas, o infinito. Tenho tantos medos, tantas esperanças, tanta vontade. Por vezes parece-me que a vida não pode ser mais que um conjunto de encontros fortuitos, inimagináveis acasos num espaço tão amplo. Acaso encontro significado em te ter conhecido, em ter estado contigo para lá de uma luz qualquer do desespero, em te ter descoberto. Como, talvez seja esta a verdade, tu me fosses dada a antever apenas para eu confirmar que a vida é maior do que qualquer coisa que possamos imaginar, que o ser humano transcende na sua beleza todas as imortais obras de arte, porque ele é a verdadeira obra de arte e ele é também a arte, toda a arte, toda a beleza. Apetece-me tantas vezes insultar-te por me deixares apenas na fronteira de todo esse conhecimento, apetece-me ainda dilacerar o meu corpo de encontro ao teu, até o desespero de tudo isto me apetece ainda. Conhecer-te foi, é?, mais do que apenas conhecer. É descobrir sempre. Amar-te, digo eternamente. Nem que o mundo te esconda, num qualquer canto de tudo, nem que te esconda no seu seio, estarás também na outra dimensão em que eu te penso, eu que eu te existo, em que eu te amo. Sabes o que quero da vida? Tudo, todos os risos, todas as lágrimas, todo o sofrimento, e todo o perdão. Quero todas as flores e todos os pássaros, quero todos os contactos e todos os olhares, quero todas as pessoas e todas as vidas, quero todas as vontades e todos os desesperos. Quero da vida tudo que ela tiver para dar, quero tudo. Mas mais do que tudo, quero os teus braços para me abraçar, quero os teus lábios para beijar, quero o teu corpo para me esconder do mundo que insistentemente me causa tantos medos, tantas esperanças, tantas vontades.

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