36. [Diário...]
Esqueço-me da palavra inteira e sou silêncio. Queria dizer-te, mas a voz irrompe em silêncio. Talvez o mais simples seja disparar alguma banalidade na tua direcção e esperar que percebas que te quero dizer:
Faltam as palavras. Os pensamentos confundem também as palavras. Talvez, simplesmente, não tenha nada a dizer a ninguém. Estarei além da comunicação? Boa pergunta. Podia até surgir uma breve sondagem. Já me estou a ver a comentar os resultados, explicando a margem de erro, e anulando tanta letra de texto não lida, treslida, sentida?, que dia. Estou cansado e escrever assim reflecte um óptimo dia de trabalho, a chuva, e tudo o mais. Cada palavra mistura tanta orgânica coisa em mim que nem sei o que dizer (escrever). Apetece-me apenas isto: este desfiar contínuo de palavras, que se assemelha apenas ao pensamento, e que eu acredito ser capaz de renovar o meu olhar sobre mim. Não me apetecem composições pensadas, palavras arranjadas, pensamentos alinhados. Não sei o que sinto agora. Simplesmente não sei. Apetecia-me estar contigo, poder dizer: quero conhecer de ti tudo o que não conheço ainda. Mas dizer tanto, e que outras coisas? Apetece-me a vida. Seja a trabalhar nove horas por dia, seja a ver sorrir uma mulher enquanto almoço apressado no café. E envolvo-me com tudo, apetece-me banhar-me de vida. Mas isto, tantas palavras rodeadas de sono, é apenas palavras assim mesmo. Eu sou outra coisa diferente, cuja substância íntima desconheço demasiadas vezes. Quero tanto tudo. Tudo. Esse tudo. Escrevo para ti, e tu és mesmo tu, a segunda pessoa. Ninguém mais. Talvez assim percebas que te quero muito, há muito.
Faltam as palavras. Os pensamentos confundem também as palavras. Talvez, simplesmente, não tenha nada a dizer a ninguém. Estarei além da comunicação? Boa pergunta. Podia até surgir uma breve sondagem. Já me estou a ver a comentar os resultados, explicando a margem de erro, e anulando tanta letra de texto não lida, treslida, sentida?, que dia. Estou cansado e escrever assim reflecte um óptimo dia de trabalho, a chuva, e tudo o mais. Cada palavra mistura tanta orgânica coisa em mim que nem sei o que dizer (escrever). Apetece-me apenas isto: este desfiar contínuo de palavras, que se assemelha apenas ao pensamento, e que eu acredito ser capaz de renovar o meu olhar sobre mim. Não me apetecem composições pensadas, palavras arranjadas, pensamentos alinhados. Não sei o que sinto agora. Simplesmente não sei. Apetecia-me estar contigo, poder dizer: quero conhecer de ti tudo o que não conheço ainda. Mas dizer tanto, e que outras coisas? Apetece-me a vida. Seja a trabalhar nove horas por dia, seja a ver sorrir uma mulher enquanto almoço apressado no café. E envolvo-me com tudo, apetece-me banhar-me de vida. Mas isto, tantas palavras rodeadas de sono, é apenas palavras assim mesmo. Eu sou outra coisa diferente, cuja substância íntima desconheço demasiadas vezes. Quero tanto tudo. Tudo. Esse tudo. Escrevo para ti, e tu és mesmo tu, a segunda pessoa. Ninguém mais. Talvez assim percebas que te quero muito, há muito.
0 Comentários:
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial