sublinhar

sexta-feira, maio 07, 2004

Olhas(-me)?

Seria outra vez quem fui, seria se houvesse tempo para ser de novo quem fui. Não há tempo. Agora serei. Verbo futuro, eu também futuro. Sou, deixa-me estar aqui sentado, semi-adormecido. Quando acordar levantar-me-ei para a vida. Diz-se: tudo. Digo apenas que dos sonhos, da matéria dos sonhos, é feito todo o universo. O meu e o teu. Que parte de nós assume esse irreal? De que lado deixamos de ser, sonhando? Que pouco reflectido este pensamento em que te beijo, em que te abraço. Todo o mundo, imagina, não existia: fosse eu a sonhar-te ou tu a sonhares-me. Se esta noite fosse uma palavra diria: sono. Que escrevo escrevo, lê-se. Mas o quê? Com que sentido? Esta noite reflecte a outra noite, ontem, em que não dormi. Hoje dormirei. Não agora, talvez daqui a pouco. Gostava de ter sido, e fui. Está tudo bem portanto. Serei. Que vida esta, tudo ou quase tudo um verbo. Caminho agora, sentes? Ou tudo é apenas reflexo de um reflexo de um reflexo de um reflexo, eu portanto, indistinto?

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