sublinhar

segunda-feira, novembro 22, 2004

antes da palavra

"É o que falta que fala
do lugar do exílio
do sentido e da falta de sentido."
Tudo o que te disser - M.A. Pina




As palavras contraem-se entre os dedos inábeis de quem escreve. No início, a primeira linha de caracteres negros, soletram não sei que necessidade de transcender Isto. Só depois, lentamente, momentos antes do silêncio, regressa a linha que envolve os sentimentos outros dos outros, a simetria. Suponho que a verdade existirá entre as margens da existência de quem, imagino, existe. Assim, sempre entre pausas, como se houvesse a vontade de confinar as palavras ou, como se quem escreve pretendesse remover os pensamentos que existem ainda antes da palavra escrever, ou do gesto. Tudo isto na margem do silêncio da escrita, no espaço ténue entre querer marcar a página com tinta preta inexistente e o gesto lasso de desistir.
De quê? – perguntas no teu silêncio.
Da memória que não existe ou do futuro, tanto faz.

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