sublinhar

domingo, dezembro 05, 2004

again, and again, and again...

Não deixes que o espaço vazio te defina, ou deixa…que sei eu? Procuras, ou….suponho que terás encontrado, ou então não. Desconheço, sim, será essa a palavra enquanto durar o tempo. Suponho que existirá um beijo, ou já existiu?, e assim se selará não sei que destino. Onde encontro as palavras e que palavras, para te falar? E para falar de quê? Em que momento? em que eterna despedida? em que fim próximo?, em quem? Quem? onde? Por um momento penso: há um espaço inevitável em que as palavras profanam o lugar sagrado do silêncio, e para dizer que te amo terei de induzir o sono ao eterno vigilante do senso comum que habita em mim. Mas, e essa verdade tu desconheces, grito muitas vezesacima das palavras audíveis. Será esse grito apenas reflexo de silêncio? ...pavoroso... como podeis pensar que existo, nego-me, escrevo, mesmo que pare agora e seja o silêncio, todas as palavras escritas, inscritas, sussurradas na noite escura em fevereiro, ou no leito de morte das ideias, ou junto à cabeceira de um amigo que diz sorrindo: esquece-me. Assinalo o dever ao contínuo proclamar da existência do indivíduo ainda que isso corroa a imagem estilizada da multidão que caminha, talvez por isso grite, gritos inaudíveis, gritos por gritar, gritos não-gritos, e escreva matraqueando à pressa as teclas à minha frente sem reparar se erro, se a pontuação desajeitada dá a alguém vontade de morrer, se os sentidos múltiplos se anulam, ou me convertem em alguém que afinal não grita, mas diz, quebrando o silêncio: serei capaz de (te) amar?

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