sublinhar

quinta-feira, dezembro 09, 2004

Out from behind this bending rough-cut mask

Reconheço a voz frequente com que me entrego a divagações excessivas. Ouço, quebrando o silêncio em que me exponho, as vozes com que me escondo. Ou procuro, perante a luz suave de uma tarde de Outono, os sentimentos disponíveis numa outra vida. Regresso, muitas vezes, à infância, apenas porque os sonhos de então representam uma inocência qualquer que enche de tons vagamente dourados os dias que insistem em recordar. Mas, e se fosse só isso, as tardes enchem-se de rotas recém descobertas, de caminhos ainda obscurecidos pela falta de conhecimento, e eu, agora, aliás como sempre, espreito à entrada desses lugares, com a vontade fervente de partir. Para onde? Diz-me tu…

Sobre mim, ainda não sei se um sonho me arrasta ou se sou eu que transporto os meus devaneios como um estandarte de um exército a caminho da batalha perdida. Não sei, ainda, sequer, se existo indiferente às palavras que sobre mim escrevo em noites como esta. Muitas vezes duvido, e de muitas coisas estou certo: como a minha vida. Não espero, já não espero. Todas as pausas, e na vida as pausas são pausas de quê?, me enchem do confrangedor sentimento de que me entrego à morte, a essa morte da monotonia incansável, da falta de vontade. Decido, muitas vezes. Gostava apenas de acertar mais vezes, infelizmente não o faço. Na verdade não importa.

E regresso, como sempre, às palavras em busca do subtil entendimento. Sobre mim, anos e anos de descoberta apenas fazem notar que nunca me saberei, totalmente. Gosto disso. Sobre os outros, apenas fragmentos que habilmente colo sem nunca conseguir saber demais. Gosto também disso. Sobre o medo: insisto que as palavras, ou estas palavras em particular, não servem para estar escondidas. Digo-as. Gosto ainda mais disso.

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