sublinhar

domingo, dezembro 12, 2004

um certo momento

Ouço, ao fundo, o som da música alegre, que tranquiliza a noite, num lugar antes do mundo. Ouço-a, de então, uma voz alegre, descrevendo a casa habitada do futuro. Ouço-a, perdida, inocente, esquecida já, antes de acabar, antes de se mostrar, antes que reconheça quem é que canta, na distante outra sala, das vozes. Esquece. Pára. Antes um minuto. Antes que a confusão se instale. Pára, ou então, segue o ritmo e escreve. Muitas palavras, seja incoerência, e talvez esse dom seja uma nova forma de acordar, despertar, ou te perderes. Neste ruído que agora te alcance. De novo o ritmo, que diz? Acordas agora com mais silêncio que em outros dias. As vozes também se calam e tamém morrem. Antes ou depois dos corpos. Antes ou depois de acontecer. Ou ressuscitam. As vozes também fazem isso. Antes de mais, continua a….deixa, antes que saibam que a corrida se faz por cima de cinzas de um mundo partido, antes que saibam que tu também és capaz de assassinar a memória das coisas…antes ou depois, ou…hoje, podes reparar, apetece-me apenas escrever a incoerência de existir por longo tempo…sem que nenhum motivo se defina, também isso permanece obscuro…não me apetecem frases coerentes, nem me apetece na verdade mais do que ouvir o som silencioso das frases a montarem-se no interior do cérebro e nas teclas pretas do teclado. No ecrã, suponho mas não vejo, forma-se um texto, um pretexto, antes que todos desapareçam de vez. Ficam as palavras a caminho da nada, antes de tudo, um determinado momento, que passa.

0 Comentários:

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]



<< Página inicial