sublinhar

terça-feira, janeiro 27, 2004

Na cama: o meu braço estendido para o nada
Já estou farto de morrer todos os dias. Estou farto de todas as manhãs acordar de novo para a reconstrução da esperança. De cada esperança individual. De cada esperança minha, indivíduo. A minha vida é agradável, demasiado agradável até. Assim, porque fugiria dela? Mas então porque persiste esta vontade de fugir? Quero partir para longe, mas desse tempo futuro só consigo divisar um mar de tranquilidade. Não na Lua claro. Aqui, na Terra. Mas será, que só longe daqui posso ser feliz? E ser feliz, o que é exactamente? O que me dói? O que quero? E para quê tantas perguntas?
Dói-me haver uma realidade amável de que quero fugir. Dói-me não saber para que fujo e o que quero encontrar. Talvez tudo se resuma a não ter o teu corpo junto ao meu quando me vou deitar, e a não ver o teu rosto quando acordo. Talvez seja verdade que há uma realidade física que ultrapassa toda metafísica.
Talvez existas mesmo, nunca mais.

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