Instante
Um gesto seria:
Um braço estendido como quem acaricia a face do ser amado.
Seria portanto também um gesto-memória. Menos gesto do que palavras sobrepostas a uma vaga sensação de nulidade. Palavras esquecidas.
Uma palavra, hoje, seria:
Aqui.
Outro lugar, marcando outra distância.
A memória também seria a relva verde, ou não tão verde, talvez um pouco queimada pelo sol. A memória seria um conjunto de espaços esquecidos, e um conjunto de gestos ainda sentidos na pele. Como se a pele fosse o habitáculo sensível dessas outras horas.
A memória, em resumo, seria um momento de paz:
Um domingo qualquer, crianças suburbanas brincando na rua e um corpo estendido numa cama, tão longe de tudo como sempre esteve.
Pressinto que me acordarão sempre do sonho eternidade.
E se morrer fosse a resposta para tudo, o que seria a vida?
(Ou outra dúvida qualquer, porque os segredos escondem-se em silêncios partilhados a horas absurdas – ou então esta realidade carece de espaço físico em que existir – ou então o sol lá fora convoca-me a qualquer coisa outra que não o amor – ou talvez o amor – ou então aquela luz que passa diante de minha casa e se dirige para o infinito café (um qualquer café portanto) me pede que a acompanhe na procura da felicidade – como se pedir, querer, bastasse para ocultar o tempo todo, o esquecimento do que somos, ou a sua incompreensão – admito que escrevo tudo isto apenas com a intenção de não escrever tudo isto - ou então outra verdade qualquer – como se importasse o que digo no silêncio.)
Um braço estendido como quem acaricia a face do ser amado.
Seria portanto também um gesto-memória. Menos gesto do que palavras sobrepostas a uma vaga sensação de nulidade. Palavras esquecidas.
Uma palavra, hoje, seria:
Aqui.
Outro lugar, marcando outra distância.
A memória também seria a relva verde, ou não tão verde, talvez um pouco queimada pelo sol. A memória seria um conjunto de espaços esquecidos, e um conjunto de gestos ainda sentidos na pele. Como se a pele fosse o habitáculo sensível dessas outras horas.
A memória, em resumo, seria um momento de paz:
Um domingo qualquer, crianças suburbanas brincando na rua e um corpo estendido numa cama, tão longe de tudo como sempre esteve.
Pressinto que me acordarão sempre do sonho eternidade.
E se morrer fosse a resposta para tudo, o que seria a vida?
(Ou outra dúvida qualquer, porque os segredos escondem-se em silêncios partilhados a horas absurdas – ou então esta realidade carece de espaço físico em que existir – ou então o sol lá fora convoca-me a qualquer coisa outra que não o amor – ou talvez o amor – ou então aquela luz que passa diante de minha casa e se dirige para o infinito café (um qualquer café portanto) me pede que a acompanhe na procura da felicidade – como se pedir, querer, bastasse para ocultar o tempo todo, o esquecimento do que somos, ou a sua incompreensão – admito que escrevo tudo isto apenas com a intenção de não escrever tudo isto - ou então outra verdade qualquer – como se importasse o que digo no silêncio.)
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