sublinhar

segunda-feira, agosto 02, 2004

Momento

É fácil esquecer-me de escrever um trabalho apenas porque li o que escreveste e me apeteceu fugir daqui, deste lugar-trabalho, onde, perdido, esqueço outras coisas. Ainda assim divirto-me algures no meio desta confusão de pressa rotineira e um sem-sentido tudo-fazer, e escrevo quase como quem se redime. Sem me reler, como quase sempre faço. Gostava de hoje, por exemplo, ser espiritual, para que tudo isto fizesse sentido, um qualquer sentido, sentido-nenhum. Estou aqui, e aqui é longe. Mas nem tudo é esta…sonolência?...que caminha. Hoje estou, podem reparar, algures parado no meio de nada julgando poder encontrar alguma coisa em lado nenhum. Tantas palavras são assim propositadamente montadas apenas porque o jogo dos meus dedos com o teclado me diverte e saber que nem tudo existe aqui neste espaço físico m e faz bem. Hoje imaginei-te a sorrir, talvez por causa de alguma coisa do que escreveste. Não sei, não entendo, não te entendo. Sei que estou longe, será que cada vez mais longe? Também isso não sei. É fácil fazer do quotidiano o palco de todo o esquecimento, é ainda mais fácil quando todos nos solicitam para tudo e a memória insere-se também no espaço do terrível. Este ano tem sido pródigo em acontecimentos e o tempo não é de reflexão. Se pensasse explodia. Portanto agora….agora é apenas tempo de um minuto para a frente um minuto para trás…o espaço confinado do silêncio.
Gostava de romper esta barreira mas não sei quando nem como….

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