33. [Diário...]
Havia um homem morto no jardim ao pé do lago. Um homem morto, homem qualquer, homem nenhum. Morto, esse homem morto. Homem branco e azul. Encontraram-no esta manhã, ao pé do lago, estava morto esse homem morto. Todos lhe chamam “o homem morto” porque não se lembram do seu nome, e a chamarem alguma coisa àquele corpo, só pode ser “homem morto”. Porque vivo não está o homem que morreu ao pé do lago, está morto. Há muito que está morto, embora só hoje o tenham encontrado mesmo morto. Antes vagueava pelas ruas, morto já, mas caminhante. Este homem morto. Morreu portanto mais um homem morto e depois de limparem o jardim, aquele ali ao pé do lago, tudo continuará igual.
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