Apoteose do absurdo
A distância, enquanto distância física, não existe. O espaço, tal como o tempo, não existe. A sua percepção devora-nos ideias belas que chegamos a sonhar e, depois, a esquecer. E no regresso de distância nenhuma a nós próprios, somos outros. Querendo ou não somos ainda semelhantes a nós próprios. Apenas durante um tempo, por esquecimento do que somos, agimos ainda como o reflexo de outra coisa qualquer. Como se a viagem, que na realidade não existe nunca, tivesse apenas como fruto esta mudança improfícua de nós em outra coisa ao mesmo tempo próxima e distante. De distância nenhuma, física, apenas uma distância outra, psicológica. Chamo-lhe assim por simplificação do absurdo e para melhor incompreensão de quem lê. E se alguém quiser encontrar alguma coisa nesta quase-teoria sobre a distância eu posso resumir o que digo em duas ideias chave: A distância não existe; A distância existe.
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