sublinhar

terça-feira, novembro 09, 2004

Gostava de poder ter dito outra coisa mas isto são as palavras que existem...

Muitas vezes quis matar a minha infância. E isso apenas porque queria uma inacessível mudança. Muitas vezes quis matar a minha juventude, na verdade até o dia de ontem eu já quis matar. Esquecer. Diluir. Eu gosto da expressão: diluição da memória. É apelativa, talvez porque consiga imaginar uma memória qualquer (de um dia de agosto, por exemplo) dentro de um balde de água, esbatendo-se, tornando-se a pouco e pouco irreconhecível, até que desaparece, se transforma em parte da água. O esquecimento. Como quando estamos fartos de lembrar e queremos [.....], simplesmente. Seria possível aproximar-me daquilo que (te) quero dizer se em vez de tentar escrever frases me limitasse a escrever palavras separadas por pausas (pontuação). Ultimamente as coisas acontecem com urgência e a vida deixou de correr entre as margens das palavras cultivadas. Uma episódica transcendência. Apesar de tudo não há qualquer significado oculto na palavra viver.

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