só não podemos estar em dois sítios ao mesmo tempo
penso muito nisso: haver apenas um lugar onde estamos em cada momento. por exemplo, há pouco estava no café, a rir, mas havia a incógnita sensação de que não era ali esta alegria. ou também este temor, mas que interessa isso. tenho medo que das palavras entendam apenas as palavras. há mais, muito mais. como ser acordado por uma mensagem no telemóvel e perceber que devia haver espaço para mais um abraço. tenho medo de esquecer algumas palavras, esquecer-me de as dizer. talvez tudo isso resulte da perda, não sei. estar aqui a escrever não é estar aqui a escrever, é mais. é, sobretudo, não estar aqui. outra coisa, já que é precisamente aqui que não estou, estarei sempre aí, quando quiseres, quando precisares, sempre. não deixarei que chames por mim, estarei, sempre que me queiras. tanta coisa, não é?
custa-me não poder estar em dois sítios ao mesmo tempo. dói-me, assim mesmo, sem sentido. como se os limites fossem algo que existe só para nos privar de um beijo. vês? não se pode mesmo escrever quando a cada palavra repito a mim mesmo, para que saiba, não estás aqui. é isso tudo que existe ou, precisamente, não existe.
custa-me não poder estar em dois sítios ao mesmo tempo. dói-me, assim mesmo, sem sentido. como se os limites fossem algo que existe só para nos privar de um beijo. vês? não se pode mesmo escrever quando a cada palavra repito a mim mesmo, para que saiba, não estás aqui. é isso tudo que existe ou, precisamente, não existe.
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