nada, estou só a pensar
A simples ideia de um corpo de uma mulher nua sobre a cama. Ou, talvez, a ideia da imortalidade, de uma mulher nua sobre a cama. O corpo existe entrelaçado com a ideia de morte, enquanto o que de ti vejo, sobre a cama, compreende o conceito espiritual de eternidade.
Pergunto-me: onde estamos? O que somos?
Estou de regresso ao núcleo da espiritualidade. Apenas porque a tarde se vai cumprindo sem grandes atractivos e penso. Há um livro pousado sobre a secretária e o trabalho aguarda, urgente, por um desfecho. Podia pensar seriamente em comprar uns sapatos novos, na verdade preciso urgentemente de o fazer, mas embrenho-me na metafísica, como quem se afunda num jogo. O jogo da verdade e mentira sobre o que somos.
Ouço, ao longe, muito ao longe, música de festa.
O corpo continua sobre a cama. Neste jogo revela-se a indecisão pré-definida, genética como agora se diz. O corpo, nu. Ela olha para mim de entre o sono, pergunta-me: o que estás a fazer? Suponho que respondo: nada, estou só a pensar.
Afinal estou sozinho na sala, o pc ligado produz o único ruído até que, cansado de o ouvir, ligo as colunas e escolho a música.
Ainda não há nada onde me agarrar mas a música preenche um vazio. Do corpo, da alma? De novo a mulher nua sobre a cama. Que pretendo com o correr das letras? - Perguntas-me tu que chegaste até aqui. - Não sei, disponho do tempo e das ferramentas da imortalidade mas não sei o que fazer com elas.
O estímulo prende-se ainda com a mulher nua em cima da cama. Agora, acorda, olha-me mais séria e pergunta de novo: o que tens?
Desta vez explico: ainda hoje preciso do teu abraço para que o mundo pareça um lugar com sentido. Olha-me com carinho porque me compreende. Por vezes, parado no trânsito, penso para comigo: só uma mulher compreende. Mas isso sou eu, a pensar, parado, às vezes, no trânsito.
Pergunto-me: onde estamos? O que somos?
Estou de regresso ao núcleo da espiritualidade. Apenas porque a tarde se vai cumprindo sem grandes atractivos e penso. Há um livro pousado sobre a secretária e o trabalho aguarda, urgente, por um desfecho. Podia pensar seriamente em comprar uns sapatos novos, na verdade preciso urgentemente de o fazer, mas embrenho-me na metafísica, como quem se afunda num jogo. O jogo da verdade e mentira sobre o que somos.
Ouço, ao longe, muito ao longe, música de festa.
O corpo continua sobre a cama. Neste jogo revela-se a indecisão pré-definida, genética como agora se diz. O corpo, nu. Ela olha para mim de entre o sono, pergunta-me: o que estás a fazer? Suponho que respondo: nada, estou só a pensar.
Afinal estou sozinho na sala, o pc ligado produz o único ruído até que, cansado de o ouvir, ligo as colunas e escolho a música.
Ainda não há nada onde me agarrar mas a música preenche um vazio. Do corpo, da alma? De novo a mulher nua sobre a cama. Que pretendo com o correr das letras? - Perguntas-me tu que chegaste até aqui. - Não sei, disponho do tempo e das ferramentas da imortalidade mas não sei o que fazer com elas.
O estímulo prende-se ainda com a mulher nua em cima da cama. Agora, acorda, olha-me mais séria e pergunta de novo: o que tens?
Desta vez explico: ainda hoje preciso do teu abraço para que o mundo pareça um lugar com sentido. Olha-me com carinho porque me compreende. Por vezes, parado no trânsito, penso para comigo: só uma mulher compreende. Mas isso sou eu, a pensar, parado, às vezes, no trânsito.
Desenho de Jack Bice
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