sublinhar

domingo, abril 10, 2005

***Eu vinha para a vida e dão-me dias***

*É esse espaço no espaço em dilatação voluptuosa
que eu procurei e algumas vezes conheci*
como agora...

**Agora é diferente
tenho o teu nome o teu cheiro**


Agora é ainda mais
Tenho o teu corpo e o teu gosto

E naufrágios em lençóis de cetim
E circum-navegações de palavras
E olhares desmedidos
E um certo ângulo das tuas costas nuas
Aprisionado na minha retina.


**Agora é diferente
tenho o teu nome o teu cheiro**
colados ao meu corpo.

E não tenho tempo a perder.



Desde as tardes roubadas, em que mergulhei no corpo de
*um ser que podia ser um deus ou uma mulher*
o meu sexo rivaliza com deus na criação de mundos.

****Agora só desejo abusar de ti naquele
intervalo do “para sempre”****


Uma dessas tardes, estava deitado na cama de costas,
A mão direita segurando um cigarro esquecido,
Julguei ouvir-te dizer:
****sim, parece-me ter visto desenhado
no teu rosto uma boca a vir-se
na felicidade da surpresa.

Permanecemos mortais e lúcidos.****

Ou não.

Quantas vezes podemos morrer juntos sem que os nossos corpos se entreguem aos conspícuos jogos da imortalidade? Suponho que, a julgar pelos olhares e dizeres dos puritanos, fizemos um pacto com o diabo em troca de prazer infinito e alguma paz.



Prazer. Paz. A sabedoria toda.


Pergunto-me:
*O que procuramos será real?*

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*Ant. Ramos Rosa **M. Ant. Pina ***Ruy Belo ****Lídia Martinez

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