não morras ainda
Tangerina é também o cheiro dos jardins de verão e do sémen colando os corpos de adolescentes em fúria. Descobrir é uma revolução, sempre.
Morremos e voltamos a nascer muitas vezes. como quando um sujeito gordo que encontramos nas estantes da biblioteca nos diz que o amor é impossível e nos pede, incessantemente, uma prova de amor.
As rosas são vermelhas como nos elevadores das cidades.
O néon, as cidades abandonadas de corpos pela noite, as sombras que se interceptam e se espreitam. Tangerina é também o desespero de tempos roubados, casas roubadas, histórias. De inscrições da carne na carne, tatuagens.
Sabes, não é ainda o fim do mundo, é só um pouco tarde.
Peço-te: não morras ainda nos meus braços. Porque são ainda os meus braços, é ainda um pedaço de mim, como nos sonhos de uma noite, esta, em que os corpos, o meu e o teu, se confundem, são um e o outro, em desencontradas construções.
Tangerina é também o tempo de fugir de uma cidade, de correr o mundo, deambular, em busca de um momento definitivo. É também o desespero de dias em que pedimos para morrer na areia quente de uma praia deserta.
Fora daí, no escritório onde bernardo soares aponta o deve e o haver de uma existência-inexistente, a imobilidade grita a tangerina: corre, evade-te de mim, por mim, em mim. leva-me a sonhos que sou incapaz de sonhar.
Estas explicações... dos livros e de precipícios com porta aberta e sinais indicando
Morremos e voltamos a nascer muitas vezes. como quando um sujeito gordo que encontramos nas estantes da biblioteca nos diz que o amor é impossível e nos pede, incessantemente, uma prova de amor.
As rosas são vermelhas como nos elevadores das cidades.
O néon, as cidades abandonadas de corpos pela noite, as sombras que se interceptam e se espreitam. Tangerina é também o desespero de tempos roubados, casas roubadas, histórias. De inscrições da carne na carne, tatuagens.
Sabes, não é ainda o fim do mundo, é só um pouco tarde.
Peço-te: não morras ainda nos meus braços. Porque são ainda os meus braços, é ainda um pedaço de mim, como nos sonhos de uma noite, esta, em que os corpos, o meu e o teu, se confundem, são um e o outro, em desencontradas construções.
Tangerina é também o tempo de fugir de uma cidade, de correr o mundo, deambular, em busca de um momento definitivo. É também o desespero de dias em que pedimos para morrer na areia quente de uma praia deserta.
Fora daí, no escritório onde bernardo soares aponta o deve e o haver de uma existência-inexistente, a imobilidade grita a tangerina: corre, evade-te de mim, por mim, em mim. leva-me a sonhos que sou incapaz de sonhar.
Estas explicações... dos livros e de precipícios com porta aberta e sinais indicando
PROIBIDA A ENTRADA A PESSOAS ESTRANHAS.
Podem as palavras incluir, no corpo de texto, em arial 12, as lágrimas, as dúvidas, o medo. Podem as palavras escrever de outro corpo em convulsões, outro corpo que não o dele quando olha para ti, tangerina?
Apetecia-me perguntar a alguém como são os meus olhos quando olho para ti, gostaria que alguém me respondesse, para ter a certeza que há qualquer coisa em mim que transcende este espaço interior, de frio, solidão.
Peço-te que não morras ainda nos meus braços. Que não desistas de os encontrares todos os dias adormecidos na tua cama.
Não tenho um desenho do mapa mental das cidades por onde, a medo, irei caminhar. Não tenho um mapa mental dos minutos onde, a medo, irei viver. Nem das letras das palavras que irei escrever. Ou dos sorrisos. O que é um sorriso?
Gostava de estar em casa a ordenar as palavras, talvez contando histórias do senhor a e do senhor b, fingindo-me outro. confortável com um texto acabado, com vírgulas, pontos todos no sitio. Não estou em casa, não estarei nunca enquanto não souber dizer: vem, vamos para casa.
Desterrado, desencarnado, a um minuto de pegar no telefone e iniciar uma conversa banal sobre o mundo banal. Planos, futuros...tudo coisas a que não pertenço. Se hoje me estenderem um contrato para assinar, terei que dizer que não posso porque daqui a algum tempo não estarei aqui.
Peço-te que não morras ainda,
aqui onde estás,
nos meus braços
onde estás.
Apetecia-me perguntar a alguém como são os meus olhos quando olho para ti, gostaria que alguém me respondesse, para ter a certeza que há qualquer coisa em mim que transcende este espaço interior, de frio, solidão.
Peço-te que não morras ainda nos meus braços. Que não desistas de os encontrares todos os dias adormecidos na tua cama.
Não tenho um desenho do mapa mental das cidades por onde, a medo, irei caminhar. Não tenho um mapa mental dos minutos onde, a medo, irei viver. Nem das letras das palavras que irei escrever. Ou dos sorrisos. O que é um sorriso?
Gostava de estar em casa a ordenar as palavras, talvez contando histórias do senhor a e do senhor b, fingindo-me outro. confortável com um texto acabado, com vírgulas, pontos todos no sitio. Não estou em casa, não estarei nunca enquanto não souber dizer: vem, vamos para casa.
Desterrado, desencarnado, a um minuto de pegar no telefone e iniciar uma conversa banal sobre o mundo banal. Planos, futuros...tudo coisas a que não pertenço. Se hoje me estenderem um contrato para assinar, terei que dizer que não posso porque daqui a algum tempo não estarei aqui.
Peço-te que não morras ainda,
aqui onde estás,
nos meus braços
onde estás.
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