Insensatez para duas pessoas e um cão
O telefone toca a meio da noite. Digamos: é uma da manhã, quase uma hora exacta.
- olá.
- olá.
- está tudo bem? há muito tempo que não ligas.
- eu sei. desculpa.
[silêncio. Quebrado pelo latido de um cão]
- compraste um cão?
- sim. não pára quieto, quer ir passear.
- a esta hora?
[ambos pensam: uma frase que serve apenas para fazer cumprir o silêncio]
- é a hora do costume.
[silêncio]
- tinha uma coisa para te dizer…
- então?
- uma ideia estúpida e…outra coisa.
- diz
[o cão ladra uma vez, depois afasta-se desinteressado]
- sabes…
- sim
- descobri que és mais feliz sem mim, por isso nunca mais te liguei.
- que parvoíce.
- eu sei. mas precisava de uma desculpa qualquer.
- porquê?
- suponho que o motivo já tu conheces.
- não
- é engraçado quando fazes isso.
- isso o quê?
- finges que não sabes aquilo que sabes. eu sei que queres que eu diga. mas as palavras não seriam exactas, nem que te contasse a minha vida toda tu ias perceber.
- experimenta.
- não posso.
- e então? queres que fique assim,... sem falarmos para sempre.
- não
[silêncio. de novo sons difusos do cão]
- ele quer mesmo ir passear.
- sim, dá para ver, vai.
- mas ainda nem sequer começaste a dizer aquilo que querias….nem respondeste.
- respondi…não, definitivamente não.
- então
- por enquanto, vamos os dois ser felizes. um dia conto-te.
- e és feliz?
- ……sou. e tu?
- …também.
- vai então. falamos outro dia.
- é. tenho mesmo que ir, ele não me larga.
- um beijo
- um beijo….espera….
- sim?
- não desapareças outra vez.
- não. eu prometo.
- olá.
- olá.
- está tudo bem? há muito tempo que não ligas.
- eu sei. desculpa.
[silêncio. Quebrado pelo latido de um cão]
- compraste um cão?
- sim. não pára quieto, quer ir passear.
- a esta hora?
[ambos pensam: uma frase que serve apenas para fazer cumprir o silêncio]
- é a hora do costume.
[silêncio]
- tinha uma coisa para te dizer…
- então?
- uma ideia estúpida e…outra coisa.
- diz
[o cão ladra uma vez, depois afasta-se desinteressado]
- sabes…
- sim
- descobri que és mais feliz sem mim, por isso nunca mais te liguei.
- que parvoíce.
- eu sei. mas precisava de uma desculpa qualquer.
- porquê?
- suponho que o motivo já tu conheces.
- não
- é engraçado quando fazes isso.
- isso o quê?
- finges que não sabes aquilo que sabes. eu sei que queres que eu diga. mas as palavras não seriam exactas, nem que te contasse a minha vida toda tu ias perceber.
- experimenta.
- não posso.
- e então? queres que fique assim,... sem falarmos para sempre.
- não
[silêncio. de novo sons difusos do cão]
- ele quer mesmo ir passear.
- sim, dá para ver, vai.
- mas ainda nem sequer começaste a dizer aquilo que querias….nem respondeste.
- respondi…não, definitivamente não.
- então
- por enquanto, vamos os dois ser felizes. um dia conto-te.
- e és feliz?
- ……sou. e tu?
- …também.
- vai então. falamos outro dia.
- é. tenho mesmo que ir, ele não me larga.
- um beijo
- um beijo….espera….
- sim?
- não desapareças outra vez.
- não. eu prometo.
a ouvir:
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