sublinhar

domingo, maio 08, 2005

(post circular n.º 2)

o amor pode nascer de uma única metáfora.
kundera - a insustentável leveza do ser

Madrugaremos nas vinhas
veremos se floriu a vide
a cepa se brotou
se as romãs em flor
ali te hei-de dar a Iluminação
onde os sábios os símbolos.
Ou as mandrágoras dão o seu perfume
e sobre as nossas portas os frutos
novos e os frutos velhos guardei eu
meu amado
para ti.
tradução de Fiama Hasse Pais Brandão - Cântico Maior


Chamo para o meu corpo o mar das memórias ardentes. As mil e uma palavras trocadas no silêncio da tinta negra espalhada sobre páginas de papel pardo. Ouve-me, antes que desistas, ouve o meu corpo sufocando na tua ausência. Peço o socorro das metáforas para anestesiar a dor do vazio. Ou antes, convoco-te para luxuriantes noites de verão, na nossa cama, mas faço-o à luz das palavras-bytes tão comuns à nossa vivência. Vamos. Vens?


Os silêncios da fala
São tantos
os silêncios da fala

De sede
De saliva
De suor

Silêncios de silex
no corpo do silêncio.

Silêncios de vento
de mar
e de torpor

De amor

Depois, há as jarras
com rosas de silêncio

Os gemidos
nas camas

As ancas
O sabor

O silêncio que posto
em cima do silêncio
usurpa do silêncio o seu magro labor.
Maria Teresa Horta

Munch - Madonna; Arnold Genthe - Garbo

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